Farra das passagens fez escala no Vale do Itajaí

E é claro que o Vale do Itajaí não poderia ficar de fora dessa. A notícia abaixo foi retirada do SANTA de hoje, e mostra bem o que é feito com nosso suado dinheirinho. O que mais me chamou atenção foi a frase do deputado Nelson Goetten de Lima, quando perguntado se iria reembolsar a câmara: – "Devolver é complicado. Deputado trabalha com tanta dificuldade, mal consegue pagar as contas."
Bem, cada um pense o que quiser. Eu já pensei também.
Segue a matéria:

Entre os 66 bilhetes internacionais emitidos por deputados catarinenses, 23 são de três representantes da região

BRASÍLIA/BLUMENAU - Filhos, marido, mulheres e assessores de parlamentares de Santa Catarina viajaram para o Exterior com passagens aéreas emitidas pela Câmara. Pelo menos oito deputados e até um ex-deputado autorizaram a liberação de 66 bilhetes com destino a outros países. Em apenas 12 ocasiões os próprios políticos foram beneficiados com as viagens. Três deputados do Vale estão na lista: Nelson Goetten de Lima (14 bilhetes), João Matos (8) e João Pizzolatti (1). Ontem, a Mesa Diretora anunciou que, a partir de agora, apenas os próprios deputados terão acesso às passagens.

O levantamento, divulgado pelo site Congresso em Foco, abrange de janeiro de 2007 a outubro de 2008. Nesse período, a Câmara financiou 1.885 voos internacionais, ao custo total de R$ 4,7 milhões. Na bancada catarinense, o campeão na emissão de bilhetes é Fernando Coruja, com 19 viagens para Buenos Aires, Miami e Paris. Goetten é o segundo colocado. Questionado se iria reembolsar a Câmara, o deputado se esquivou:

– Devolver é complicado. Deputado trabalha com tanta dificuldade, mal consegue pagar as contas.

João Matos viajou uma única vez, de Frankfurt para São Paulo, junto com a mulher Maria Lúcia Matos. Os outros seis bilhetes foram emitidos para terceiros, todos na mesma data e também com origem na cidade germânica. Viajar para a Alemanha com a família não é exclusividade de Matos. Angela Amin (PP) levou o marido, o ex-governador Esperidião Amin, e a filha Joana para Frankfurt em 2008.

Pizzolatti disse ter sido pego de surpresa com o levantamento. Pediu à companhia aérea que emitiu o bilhete a identificação de quem liberou a emissão. Segundo o deputado, somente dois funcionários do gabinete dele teriam aval para liberar os bilhetes.

– Eu não sei quem é essa Thalya Aragão que viajou na minha cota. Adverti todos os meus funcionários sobre o ocorrido e exigi explicações.

O descontrole da Câmara permite que até quem não está mais no exercício do mandato possa usar as cotas de passagens. Onze dias após o encerramento do mandato, em janeiro de 2007, Ivan Ranzolin (DEM) autorizou a cessão de passagens de ida e volta para Bianca Cieglinski viajar a Miami.

Fabio Schaffner e Raffael do Prado, no Jornal de Santa Catarina