terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Crédito p/ empresas: 116 contratos ainda esperam por financiamentos

Matéria publicada no Jornal Folha de Blumenau, na edição 348

A mais de um ano após a calamidade de 2008, a maioria das empresas atingidas ainda espera pela liberação das linhas de crédito prometidas pelas instituições financeiras à época. Atualmente, somente a Viacredi, que repassa o dinheiro do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), e o Banco do Brasil, repassador dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão liberando o dinheiro prometido. O cadastro de financiamento para as empresas atingidas terminaram no final de novembro, mas os contratos entregues até o encerramento estão sendo analisados pelo BRDE e BNDES.

De acordo com o vice-presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Carlos Tavares D`Amaral, o contrato demora para retornar porque existe um procedimento imposto e que precisa atender às normas do governo. “Sei que as instituições financeiras disponibilizaram linhas de crédito especiais para empresas atingidas pela tragédia, mas há reclamações dos empresários sobre a burocracia, o que os impede de ter acesso aos benefícios”, assegura.

Segundo o diretor-executivo da Viacredi, Vanildo Leoni, muitos empresários não conseguem o crédito porque estão inadimplentes. A cooperativa já liberou R$ 100 milhões esse ano junto ao BRDE. “A grande maioria dos pedidos não atende à regra do jogo, pois geralmente estão sem licença ambiental, inadimplentes, ilegais, e assim fica difícil atender a todos porque é uma norma do governo e o empresário não entende”, explica, lembrando que 50 propostas ainda estão em análise.

O superintendente regional do Banco do Brasil, Antonio Ivã Fuzart, informa que 106 contratos já foram liberados, totalizando o valor de R$ 5,1 milhões, mas até o final deste mês, será entregue um valor montante de R$ 4,5 milhões aos 66 contratos que ainda restam.



Recuperação



O proprietário da Alumetal, Carlos César Wagner, não conseguiu aprovação do cadastro da Viacredi, devido à falta da licença ambiental. Em dezembro do ano passado, ele foi obrigado a demitir 20 dos 60 funcionários da empresa. O prejuízo foi de R$ 300 mil.

Na época, Wagner ficou com os impostos atrasados para garantir o pagamento dos funcionários. “O dinheiro do crédito seria para capital de giro e pagar os impostos. Precisei vender três carros da empresa e ainda tenho duas parcelas do imposto em débito”, desabafa.

Apesar dos esforços, nem todas as empresas atingidas tiveram alternativas para resistir às dificuldades encontradas. Ao todo foram mais de 20 mil empresas indiretamente atingidas pela catástrofe, porém muitas já se reergueram com recursos próprios.

seja o primeiro a comentar!

Postar um comentário