quarta-feira, 7 de abril de 2010

Assessoria da Bunge nega transferência para SP

Matéria publicada no Jornal Folha de Blumenau, na edição 375.

A assessoria de imprensa da Bunge negou a demissão de funcionários e a transferência da empresa de Gaspar para São Paulo. De acordo com ela, as notas publicadas anteriormente não passam de boatos. A explicação dada foi que a única mudança confirmada é a unificação da Bunge Fertilizantes e a Bunge Alimentos numa só empresa, a Bunge Brasil.

A Bunge Alimentos era presidida por Sérgio Waldrich e a Bunge Fertilizantes por Mário Barbosa. Agora, a nova empresa, Bunge Brasil, terá uma única presidência, que será assumida por Pedro Parente, que foi ministro Chefe da Casa Civil da Presidência (1999-2003) e vice-presidente do Grupo RBS até janeiro de 2010. A assessora explicou que os trabalhos serão divididos em quatro áreas de negócios: fertilizantes, agronegócios, alimentos e ingredientes e açúcar e bioenergia.

Segundo a assessoria, “a unificação foi decidida porque a empresa pretende se fortalecer e crescer ainda mais”. Ela também revela que Barbosa e Waldrich farão parte do Conselho Consultivo da empresa.

Foi divulgado que já existe uma grande movimentação de executivos e gerentes locais em decorrência da decisão. Alguns já recorreram a serviços especializados para relocação. De acordo com fontes próximas à empresa, a decisão da transferência havia sido tomada em 2007. O planejamento estratégico elaborado na época apontou o ano de 2012 como prazo final para a conclusão das mudanças.

Parte das operações administrativas da Bunge já havia sido terceirizada para a empresa Sonda Procwork, que mantém uma unidade em Gaspar.

Ainda não é possível dimensionar o impacto da saída da Bunge de Gaspar e o Vale do Itajaí. Além de empregos diretos, a empresa influi diretamente na sobrevivência de centenas de pequenos fornecedores em várias áreas.

A Bunge é o maior conglomerado agroindustrial da América Latina, com faturamento de R$ 30 bilhões. A empresa mantém cerca de 700 funcionários em Gaspar, onde estão localizadas uma fábrica de margarina e o complexo administrativo central.

Fatores

As fontes ouvidas por uma empresa de comunicação reforçam a versão de que a saída da empresa poderia ter ocorrido antes, mas foi adiada. Segundo elas, alguns fatores são importantes para que a decisão seja mantida. Entre os principais motivos estão questões ligadas à qualidade de vida, muito valorizadas por executivos de grandes centros.

A queda da qualidade de vida na região tem sido notada em questões como segurança e transportes. Até alguns anos atrás, funcionários e diretores da Bunge que moravam em Blumenau não levavam mais de 30 minutos para chegar na empresa. Hoje, leva-se quase uma hora.

Outros fatores estão ligados à logística de produção. Os insumos estão muito longe das fábricas mantidas pela empresa em Gaspar. Além disso, o grupo acaba de investir na construção de uma planta industrial gigantesca no Centro-Oeste.

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