Matéria publicada no Jornal Folha de Blumenau, na edição 329, no dia 22-10-2009
Figueira passa por tratamento para combater fungos, que obrigou o corte de galhos comprometidos pela doença
Em 106 anos, ela viu a cidade se modernizar, assistiu ao apogeu e à remoção da Estrada de Ferro de Santa Catarina, acompanhou sete prefeitos e memoráveis reivindicações à sombra dos galhos vigorosos. Agora, a centenária figueira da Praça Victor Konder, agoniza. O cancro – fungo que acometeu 80% da estrutura – está se alastrando, corroendo o interior da planta, apodrecendo os galhos e comprometendo a segurança de quem transita pela praça.
Nesta quarta-feira (21), mais um esforço foi feito para salvar a figueira. Uma poda retirou dois grandes galhos comprometidos. Gradualmente, foram sendo retiradas as estruturas superiores para não prejudicar o restante da árvore. Segundo o presidente da Faema, Robson Tomasoni, a calçada que cerca o caule será aberta para liberar a raízes.
“Além de mais área livre, vamos aplicar adubo para fortalecer a figueira. Esperamos que reaja e que novos galhos comecem a brotar”, aposta, informando que, caso contrário, a árvore será removida.
De acordo com Tomasoni, a figueira, de quase 18 metros de altura, chegou a ter uma copa de 70 metros de circunferência. Hoje, após as podas, não passa de 30 metros.
Enfermidade
O problema foi adiantado à Folha pelo ambientalista Lauro Bacca, em maio. No mesmo mês, o professor de Engenharia Florestal da Furb, Marcelo Vitorino, começou a analisar o caule da planta para detectar a doença. Foi constatada a existência do cancro – espécie de fungo que corrói internamente a árvore.
Desde então foram feitas podas, limpezas no caule e aplicação da pasta bordalesa, para proteger o tronco e as ramificações. Com o aumento do calor e da umidade dos últimos dias, o “estado de saúde” da planta se agravou e novos focos da doença foram diagnosticados.
No último final de semana, um dos galhos, com cerca de 10 metros de comprimento e 30 centímetros de diâmetro, quebrou com a ação do vento. Conforme Vitorino, a árvore é senil e já está completando o ciclo de vida da espécie, que vive em média 100 anos.
O tratamento é apenas paliativos e não vai restaurar a figueira. “A árvore já está condenada. está com idade avançada e poderia ser cortada definitivamente”, sugere. A doença é comum nesse tipo de árvore. No entanto, foi agravada pela sequência de podas mal-feitas, não-aplicação de substâncias cicatrizantes nas áreas cortadas.
“A doença da figueira é igual ao câncer humano, se não for detectada e tratada cedo, fica difícil salvar”, explica Tomasoni.
A figueira foi plantada em 1903, por Heinrich Kroehberger.
Fique por dentro
O que a figueira tem?
• O cancro é um tipo de fungo que se manifesta em folhas, frutos e ramos através da formação de lesões necróticas.
• Em estágio avançado, se exterioriza na forma de cogumelo, para se reproduzir.
O que pode ser feito?
• A poda dos galhos comprometidos e a expansão de área livre para a raiz são medidas que devem minimizar os efeitos da doença na figueira.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Poda tenta salvar figueira da prefeitura
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