Turismo de Santa Catarina superou tragédia, diz secretário

Blumenau continua linda. Crédito da foto: Prefeitura de Blumenau

Há seis meses, chuvas e desmoronamentos mataram mais de 120 pessoas.
Turismo representa 12,5% do PIB do estado.

O turismo no estado de Santa Catarina, fortemente atingido por enchentes e desmoronamentos há seis meses, já está recuperado, afirmou o secretário estadual de Turismo, Gilmar Knaesel.

A alta do dólar no período, conforme o secretário, fez aumentar consideravelmente as visitas de estrangeiros e compensou os estragos com a tragédia.

Em novembro de 2008, fortes chuvas atingiram as cidades de Blumenau, Navegantes, Itajaí, Gaspar, Ilhota, entre outras, e mataram mais de 120 pessoas. Muitos locais ficaram completamente destruídos por conta dos desmoronamentos.

"De 15 de novembro a 15 de dezembro, tivemos um mês de paralisação. Tivemos que cancelar eventos importantes para o estado", disse Knaesel sobre os efeitos da tragédia para o turismo.

Dados que serão apresentados nesta sexta-feira (15) na 9ª Conferência Global Sobre Viagens e Turismo, na capital catarinense, mostram que, de novembro de 2008 a março deste ano, o estado recebeu cerca de 4,15 milhões turistas - Santa Catarina tem 5,8 milhões de habitantes -; praticamente o mesmo número registrado entre novembro de 2007 e março do ano passado.

"Apesar da crise internacional, apesar das cheias, conseguimos manter o mesmo número de turistas na temporada", comemorou o secretário.

Crise

Knaesel disse que os dados são positivos, e explicou que a crise financeira internacional, em vez de atrapalhar ainda mais, acabou ajudando para o equilibrio.

"Sentimos uma forte queda do turista brasileiro, mas, com a crise, acabamos tendo um ganho porque o dólar subiu e acabamos atraindo argentinos, chilenos", analisa Knaesel.

O turismo representa, segundo o governo do estado, 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) local, o que significa o montante de R$ 14,8 bilhões. Estima-se que o setor empregue meio milhão de pessoas em Santa Catarina.

Empresário

O empresário Fernando Marcondes, dono do resort Costão do Santinho, na qual a conferência sobre turismo em Florianópolis é realizada, informou que logo após a tragédia, o volume de chamadas, que são ligações para reservas, caiu 70%. "Muitos desmarcaram reserva. Nossa surpresa foi que a influência da tragédia se estendeu até o final de fevereiro", contou.

Ele concordou com o secretário do turismo, no entanto, sobre o efeito positivo da crise financeira: "O dólar melhor favoreceu a vinda de mais estrangeiros e então a crise acabou compensando a queda por causa das cheias." Para ele, o resultado de sua empresa neste ano deve ser igual ao do ano passado.

Fonte: Mariana Oliveira Do G1, em Florianópolis