quarta-feira, 13 de maio de 2009

Texfair 2009 celebra 10 anos dizendo ‘não’ à crise

Cama, mesa e banho, subsetor exportador, não teme dólar baixo

Superação é um termo da moda e se aplica bem à Texfair 2009. Em um cenário de crise econômica mundial, o setor industrial têxtil local se une a diversos representantes nacionais para a décima edição da feira e mostra intenção em superar as adversidades com criatividade e empenho na gestão. A feira abriu as portas na terça (12) e segue até sexta-feira (15). A previsão de visitantes, segundo a organização, gira em torno de 25 mil pessoas.

Quem chega ao Parque Vila Germânica e passeia entre os estandes da Texfair 2009 tem tudo para esquecer a crise econômica que vem ocupando as manchetes desde o último bimestre do ano passado. Criatividade e brilho revelam cuidados e investimento feito pelas empresas envolvidas no evento. Fato esse apontado pelo presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, na abertura do evento. “Chama a atenção a preocupação do expositor, este ano, mesmo em meio à crise, com projetos diferenciados, saindo do padrão”, exemplifica.

É do presidente do Sintex a previsão de público que deverá passar pela Texfair. “Não podemos esquecer que as regiões Norte e Nordeste estão passando hoje por dificuldades”, recorda Kuhn.

Descontando dificuldades ligadas a intempéries, foi inevitável a abordagem – por diversas vezes – do tema “crise” no primeiro dia da feira. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, o momento é de buscar soluções e inovar. “É momento de gestão, de agregar valor, de melhorar produtividade e reduzir custos”, cita Corrêa. “Tenho conversado com diversos sindicatos e ouço muito as pessoas dizendo que as coisas estão indo bem, estão melhorando”, ameniza.

Apesar da palavra de ordem ser superação e dos expositores em uníssono demonstrarem – com uma feira inovadora e opulenta – que é preciso investir para o setor passar ao largo da crise, não havia, no lançamento da feira, um clima de euforia, mas sim uma postura realista. “A situação não está tão boa quanto no início do ano passado, mas não está tão ruim”, resume o presidente da Fiesc, dando o pontapé inicial para as empresas fecharem muitos negócios durante a Texfair 2009.

Setor está otimista e torce para a chegada do frio

Com o dólar voltando para patamares à beira dos R$ 2,00, a indústria têxtil poderia estar começando a Texfair 2009 com apreensão. Afinal de contas, diversos segmentos desse ramo industrial são eminentemente exportadores, e a valorização do Real tem uma clara tendência de afastar compradores estrangeiros. Some-se a isso a queda da capacidade de compra dos mercados europeu e dos Estados Unidos, e o cenário deveria ser cataclísmico. Mas não é.

“A previsão é clara de queda nas exportações com a desvalorização do dólar frente ao Real”, explica o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn. “Mas a fatia do mercado internacional que pertence à indústria têxtil brasileira gira em torno de 5%”, assinala, sugerindo que o impacto é um problema, mas pode ser contornado. Principalmente levando em consideração a experiência do empresariado brasileiro, acostumado com as variações cambiais mais rápidas que a reformulação de estratégias de mercado da indústria.

Frio

Para o proprietário da BGO, de Blumenau, Maurício Leite Filho, a variação cambial não assusta e a crise não foi capaz de abalar a indústria têxtil da região. “Com a alta anterior do dólar, houve pequena entrada de produtos importados”, explica, fato esse que teria contribuído para ajudar o setor a passar ao largo da crise. “Agora é torcer pela chegada do frio. Para a indústria têxtil, se tem frio, não existe crise”, resume.

Buscar um equilíbrio natural é a saída apontada por Quilian Miguel Rausch, diretor comercial e de Marketing da Altenburg, para o subsetor de cama, mesa e banho escapar da gangorra cambial no Brasil e escapar da crise. “Temos que buscar uma proteção natural e tentar, assim, compensar as perdas com o dólar baixo. Ou seja, tentar exportar e importar com valores iguais”, aponta.

Segundo Rausch, a Altenburg sempre cresce nos momentos difíceis. “Jamais pensamos na crise. Pensamos no que podemos fazer, em como inovar, buscar melhor relacionamento com clientes”, explica. Para ele, não vale a pena perder tempo pensando no cenário financeiro mundial ou na queda do dólar: “Não estamos preocupados com isso”.

Serviço

Texfair 2009
Local: Parque Vila Germânica, rua Alberto Stein, 199, Velha
Horário: 10h às 19h - Até o dia 15/05

Fonte: Jornal Folha de Blumenau

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