quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Alameda, o novo corredor do luxo de Blumenau

Muito boa a matéria do Jornal Folha de Blumenau, a respeito da nossa popular "Alameda".

Opulência, requinte e modernidade comparáveis à avenida Champs-Elysées, de Paris, ou à rua Oscar Freire, de São Paulo. Guardadas as devidas proporções, os comerciantes da Alameda Rio Branco têm segmentado e direcionado os atrativos ao público A e B, com abertura de lojas de grife e atendimento diferenciado.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau registrou a abertura de três novos empreendimentos neste ano e o interesse de outros três projetos de instalação comercial, reforçando o objetivo de diversificar os serviços numa das áreas nobres da cidade.

O foco comercial segmentado da Alameda contrasta com o comércio varejista das grandes redes da rua XV de Novembro, voltado para um público eclético e massificado. De acordo com o presidente da CDL, Marcelino Campos, a instalação da Casa do Comércio influenciou a chegada dos novos empreendimentos e reforça o caráter diferenciado da via, inclusive arquitetonicamente. “O ambiente da Alameda está começando a se transformar. As lojas que se instalaram estão se preocupando com o portfólio e a estética, que salta aos olhos dos consumidores”, considera.

Proprietário da Maina Bis, o empresário Helio Roncaglio optou pela característica nobre do bairro Jardim Blumenau para instalar a loja. “Ficamos 15 anos instalados no Shopping Neumarkt, dividindo espaço com grandes redes. Tivemos dificuldades em atingir o público seleto e preferimos uma loja de rua. A peculiaridade da região atrai mais clientes específicos”, avalia.

Influência

A opulência da Alameda também se espalha pelas transversais e ruas próximas, como a Nereu Ramos. Levantamento da CDL realizado este ano contabilizou 370 Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJ) registrados na área, distribuídos entre laboratórios particulares, consultórios médicos, restaurantes, escola de idiomas, agência de viagens, academias e butiques que oferecem atendimento personalizado.

Enquanto a maior parte do comércio varejista da cidade fecha as portas às 18h, durante a semana, e ao meio-dia, nos sábados, as lojas de grife atendem até as 21h durante a semana e até as 18h aos sábados. “A região é perfeita para uma caminhada e convida para visitar o comércio que está se diversificando para atender ao público distinto”, pondera o empresário.

Com outros 15 comerciantes da via, Roncaglio participa do Núcleo de Lojistas da Alameda Rio Branco da CDL. O grupo de empresários quer fortalecer o comércio local com criação de uma página eletrônica, que vai permitir o acesso aos serviços, agendamento de atendimento nas lojas, consultórios e restaurantes e consulta aos preços dos produtos oferecidos pelas empresas locais.

Novos empreendimentos já estão sendo projetados para incrementar o estilo diferenciado do comércio da Alameda Rio Branco. Um grupo de empresários já projeta uma galeria comercial que comportará 11 lojas diversificadas na região. O projeto deve ser concluído este ano.

A trajetória da Alameda

A historiadora Sueli Petry analisa o atual processo de transformação da Alameda Rio Branco como “resgate do glamour da então área residencial da década de 1940”. Criada para abrigar casarões e residências de grande porte, já experimentou o auge do comércio e hoje convive com a verticalização do espaço. Acompanhe a trajetória histórica da via.

Traçada na época da colonização, ganha corpo no início do século 20, com a aquisição de lotes particulares;

As margens da via começam a ser ocupadas por residências na década de 1930, na época em que se chamava Kaiser Strasse (Rua do Imperador);

A partir de 1929 começam a ser erguidos a maternidade, o Cine Busch e a sede dos Correios, com arquitetura arrojada e moderna para a época.

Entre as décadas de 1930 e 1940 a via é arborizada e começa a ganhar ares de bulevar. É quando se fixam as primeiras famílias abonadas, compostas por médicos, comerciantes e políticos.

Como efeito da Campanha de Nacionalização de Vargas, a rua passa a se chamar Alameda Rio Branco, em 21 de maio de 1940.

Até a década de 1980, era considerada a “área residencial nobre” de Blumenau

Com a enchente de 1983, o charme da via se perde, quando os antigos moradores escolhem locais mais elevados da cidade para morar. Inicia o processo de verticalização com a construção dos primeiros edifícios.

As décadas de 1990 e 2000 retomam o glamour da Alameda, que apresenta novo perfil comercial e a instalação de restaurantes, escritórios e lojas de grife.

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