segunda-feira, 6 de julho de 2009

Reconstrução: Estado investe com recursos de doações

Dos 23,5 milhões empregados em obras de reconstrução, R$ 21,3 milhões vieram dos depósitos nas contas da Defesa Civil

BLUMENAU - Passados quase oito meses da catástrofe, o Estado desembolsou R$ 23,5 milhões em obras de reconstrução. No entanto, deste valor, R$ 2,2 milhões colocados na recuperação das escolas estaduais são recursos próprios. Os R$ 21,3 milhões restantes são doações nas contas da Defesa Civil Estadual, destinados ao Auxílio-Reação e aquisição de terrenos, como também do Programa Ressoar e do governo da Arábia Saudita para construção de casas. Pelos números apurados pela Comissão Provisória de Acompanhamento dos Recursos para a Reconstrução, da Câmara de Vereadores de Blumenau, de cada R$ 10 investidos pelo governo, R$ 9 vieram das doações da população.

O Estado contabiliza ainda R$ 1,41 milhão como verba de custeio aos hospitais de Blumenau. O incentivo é um repasse que o governo estadual faz mensalmente aos hospitais, que durante a tragédia foi incrementado, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau (SDR). Os valores investidos na cidade fazem parte dos relatórios da SDR e da comissão da Câmara, presidida pelo vereador Fábio Fiedler (DEM).

Da iniciativa privada, Blumenau recebeu R$ 3,1 milhões. Entre os maiores doadores, estão o Santander, Instituto HSBC e Comunidade Taiwanesa. Além das cifras, a cidade recebeu reforço de policiais, bombeiros, maquinários, restauração da rede de energia elétrica e doação de mais de mil geladeiras pela Celesc, mas que não entram nos relatórios.

A esfera pública que mais investiu recursos financeiros para a reconstrução da cidade foi a União, com repasses de R$ 85,8 milhões. Em seguida vem o Município, com R$ 24,5 milhões.

Mesmo que a maior fatia do bolo tributário brasileiro seja da União, Fiedler acredita que o Estado poderia ter ajudado mais:

– A contribuição do Estado foi mais decisiva politicamente para conseguir verbas federais. O governador tem a obrigação de colocar a mão no bolso e ajudar mais.

O prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) considera a desproporção dos recursos investidos:

– Há muito o que se fazer. A partir de agora espero que o Estado dê entrada nos seus recursos. Vou cobrar isso do governador.

O deputado estadual Jean Kuhlmann (DEM) admite que o Estado ainda não desembolsou verba suficiente.

– O governo estadual deve ajudar naquilo que a União se diz proibida de fazer. Se tivéssemos colocado dinheiro próprio, as verbas para as obras maiores não viriam do governo federal – justifica.

Fonte: Julia Borba, no Jornal de Santa Catarina

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