Burocracia tira handebol de Blumenau

Extraído do Jornal Folha de Blumenau dessa quinta feira.

Direção do Sesi estima investir cerca de R$ 800 mil para recuperar as quadras principais do complexo

As duas equipes de handebol de Blumenau - feminina e masculina - não vão poder jogar as partidas da Liga Nacional, marcada para iniciar em agosto, na cidade, por culpa da burocracia. As obras de recuperação das quadras principais do Sesi, que abrigava os jogos das equipes até a tragédia de novembro, ainda não iniciaram. A licitação para definir a empresa responsável pelos trabalhos até está em andamento, mas, há poucos dias, foi questionada por uma das participantes, adiando por mais tempo o procedimento legal.

Com o Sesi em obras e sem outra quadra com dimensões oficiais (20 x 40 metros) e capacidade para sediar as partidas, os dois times vivem situação parecida com as cerca de 1,5 mil pessoas que ainda vivem em moradias provisórias instaladas pela cidade: estão desalojadas.

A gerente regional do Sesi de Blumenau, Dalila de Carvalho, diz que a entidade trabalha com a possibilidade de abrigar as partidas decisivas. “Esperamos resolver essa questão jurídica logo e que as obras iniciem o mais rápido possível. Planejamos estar com as quadras recuperadas até o final de outubro, mais tardar começo de novembro”, afirma, destacando que o Sesi deve investir aproximadamente R$ 800 mil na recuperação do conjunto de quadras, já que, além da quadra onde as equipes de handebol jogavam, as outras três ao redor também foram atingidas pela catástrofe.

Os treinadores lamentam a situação, mas já trabalham para driblar o problema, sendo o paradeiro das duas equipes o mesmo: a Arena Multiesportiva de Brusque. Sérgio Graciano, técnico da equipe feminina (Furb/FMD), duas vezes vice-campeã da Liga Nacional, espera que a equipe não sinta a ausência da torcida. “O fator casa é importante, já que nas últimas duas edições da Liga não perdemos nenhum jogo em casa. Nesse período, conquistamos um público que tem acompanhado os jogos e cativado as atletas e, agora, temos medo de perder isso”, diz.

Já o treinador do time masculino (FAE Blumenau/FMD), Newton Cipriani, lamenta a falta de local para treinar. Lembra que a equipe reveza a quadra do ginásio do Galegão com outras modalidades. “Além de dividir a quadra, o Galegão tem uma série de outros eventos e, dessa forma, não conseguimos dar sequência no nosso treinamento”, comenta, destacando que isso deve acarretar em outros problemas. “Como treinamos em quadra com dimensões menores e vamos jogar na Arena de Brusque, que tem dimensões maiores, o time deve ficar perdido para acertar a marcação e o contra-ataque”, emenda.

Recuperação

Além das quadras centrais, a direção do Sesi trabalha na solução do processo legal envolvendo a piscina interna, onde treinam as equipes de natação de Blumenau. A comissão de licitação da entidade, que funciona em Florianópolis, ainda está finalizando o edital e dentro de 30 dias deve lançar, oficialmente, a concorrência. A expectativa é que a recuperação seja executada durante os meses de agosto e setembro para que em outubro a obra esteja concluída.

Enquanto isso, o telhado do estádio e a parte frontal do prédio do Sesi, onde ficam as salas de eventos, já estão sob reformas e devem ser concluídas em 60 dias.