domingo, 23 de maio de 2010

Blumenau está entre as 2.7% das cidades brasileiras que abrigam mulheres vítimas de violência

Blumenau está entre as 2.7% das cidades brasileiras que acolhem em abrigos mulheres vítimas de violência doméstica, através da Casa Eliza que acolhe também os filhos em situações de risco. O baixo percentual de serviço assistencial a este público, consta no suplemento de Assistência Social da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Munic 2009 -, realizado pelo IBGE em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Segundo o levantamento divulgado nesta sexta-feira, 21, apenas 130 municípios possuem abrigos para mulheres, sendo 88 públicos e 63 conveniados.

A Casa Eliza, unidade pública, tem capacidade de abrigamento para 28 mulheres e filhos e integra os mecanismos de proteção à mulher da Secretaria de Assistência Social, da Criança e do Adolescente através do Programa de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Intrafamiliar. O abrigamento destas vítimas ocorre mediante risco de morte, através de encaminhamentos realizados pela Delegacia da Mulher ou de atendimentos realizados na própria SEMASCRI.

O secretário de assistência social, Mário Hildebrandt, destaca que o Programa tem um amplo alcance, atingindo todos os membros da família através de atendimentos diários e reuniões quinzenais. Uma equipe interdisciplinar acompanha e atende atualmente a cerca de 320 casos/mês oferecendo acompanhamento psicológico e proporcionando condições de reestruturação familiar, fortalecimento da auto-estima e incentivo à autonomia pessoal e social. “ As mulheres, amparadas pela Lei Maria da Penha, têm denunciado mais, o que é muito importante para que a realidade da violência seja revelada”, observa Hildebrandt.

Além destes atendimentos, o Programa desenvolve atividades com grupos assessorados por assistentes sociais e psicólogos com foco na prevenção e combate à violência. São eles, grupos de casais, homens e mulheres que já tiveram a violência como entrave para uma vida de maior qualidade, para si e familiares e também adolescentes, que vivenciam ou vivenciaram estes conflitos.

A participação é gratuita e vem crescendo em todos os grupos, “o que demonstra que a comunidade está se conscientizando cada vez mais de que o diálogo e a reflexão são alternativas de superação dos conflitos”, avalia Hildebrandt. No grupo de casais, são debatidos assuntos e realizadas atividades que visam responsabilizar o casal quanto ao relacionamento conjugal e junto aos filhos.

Já o grupo de homens que já estiveram em situação de violência intrafamiliar como agressores, debate diversos assuntos e realiza atividades relacionadas à realidade familiar. O objetivo da SEMASCRI ao realizar este trabalho inovador no estado, é o de construir alternativas para que estes homens, através da troca de experiências, venham a superar os conflitos familiares.

O grupo de mulheres que já sofreram algum tipo de violência (física ou psicológica) debate experiências de vida desenvolvendo atividades relacionadas à realidade social. Os adolescentes de idades entre 12 a 18 anos também se reúnem para relatar suas vivências e buscar na troca de experiências, alternativas de superações de dificuldades.

Repórter: Viviane Roussenq

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