segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Estado cadastra vítimas da enchente

Começa hoje avaliação das famílias atingidas, para liberação do Auxílio-Reação, de R$ 415 mensais

Com 64 anos, terei que começar do zero. A frase da pensionista Sebastiana da Silva traduz a reviravolta causada pela catástrofe. Desde novembro, o endereço da moradora mudou. A casa onde vivia com os dois filhos, na Rua Coripós, Bairro Escola Agrícola, despencou e ela passou a pagar aluguel no Garcia. Sebastiana está ansiosa. A família dela é uma das 3 mil que deve receber o Auxílio-Reação em Blumenau. O sistema de avaliação das vítimas de inundações e deslizamentos começa hoje.

Criado pelo Estado, o benefício busca suprir necessidades emergenciais, como moradia e alimentação, dos atingidos pelo desastre de novembro. Só estão aptos a receber R$ 415 mensais por até seis meses aqueles que não estão em abrigos e que tiveram os domicílios destruídos ou interditados de maneira definitiva ou temporária. Para a família se habilitar, é preciso comprovar que a renda somada de todos os membros da casa é de, no máximo, cinco salários mínimos.

– A lei estadual é clara: quem está em abrigos públicos já está recebendo auxílio do município e do Estado com moradia e alimentação. Por isso, não faz sentido beneficiá-los duas vezes – explica a gerente de Benefícios Sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semascri), Andréia Heidemann.

Sistema de comprovação de renda segue até dia 31

O sistema de comprovação de renda ocorre até o dia 31, em três etapas. Por enquanto, foi divulgado apenas o cronograma para esta semana (ver tabela). A maior demanda, segundo a Semascri, deve ser por moradores do Bairro Progresso, onde houve o maior número de residências interditadas pela Defesa Civil.

A pensionista Sebastiana separou os documentos exigidos para acelerar o processo. Como a renda da família é em torno de R$ 600, sair da casa própria trouxe dificuldade no orçamento – metade está comprometida com o aluguel.

– O auxílio vai ajudar muito. Não há nada como ter a própria casinha, colocar a cabeça no travesseiro e dormir sossegada. Agora, o peso do aluguel dorme com a gente – desabafa Sebastiana.

Repórter: Magali Moser, para o Jornal de Santa Catarina

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