terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Barro se acumula em terrenos baldios

Era assim:



Hoje, está assim:



Prefeitura não definiu o que fazer com mais de 2 milhões de metros cúbicos de terra retirados do município

Sacos plásticos, sofás velhos, galhos de árvore e colchões rasgados se misturam a montanhas de barro em locais transformados em depósitos de entulhos. A prefeitura calcula ter retirado mais de 2 milhões de metros cúbicos de barro e depositado em cerca de 100 terrenos, os chamados bota-fora, após a tragédia de novembro. Segundo a Secretaria de Obras, a estimativa é de que ainda tenha pelo menos mais 1 milhão de metro cúbico de barro para retirar, principalmente no Distrito do Garcia.

Na área central, o terreno que abrigava o Estádio Aderbal Ramos da Silva, na Rua das Palmeiras, recebeu mais de 5 mil caminhões de barro. De acordo com o diretor de Manutenção de Bairros, o engenheiro civil Éder Lúcio Marchi, há possibilidade de retirar o material do terreno ou ainda deixá-lo no local de forma permanente, após um trabalho de compactação e regulamentação do solo que inclui licenciamento ambiental.

– Ainda estamos num período de calamidade. A comunidade tem de entender que a nossa prioridade é a liberação das ruas, a retirada das barreiras – explica Marchi.

Morador do 5º andar de um prédio na Rua Alvin Schrader, no Centro, Maurício Kreibich, 50 anos, sofre com os transtornos causados. Em dias de chuva, a lama toma conta da rua. Quando o sol aparece, o problema é a poeira e o mau cheiro.

– Nós nos tornamos vizinhos de uma bomba. Tem de tudo aí. Compreendemos que tem que colocar o entulho em algum lugar para depois retirar, mas como está não pode ficar – reclama.

O maior terreno usado como depósito do barro recolhido fica na Rua Santa Maria, no Bairro Progresso. A maioria dos terrenos usados são privados e baldios. Alguns deles poderão abrigar o barro de forma definitiva. A decisão depende de estudos da Secretaria de Obras e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), além de autorização dos proprietários.

Repórter: Magali Moser, para o Jornal de Santa Catarina
Foto (atual): Jandyr Nascimento
Foto (antiga): Arquivo pessoal Adalberto Day

1 comentário

Anônimo disse...

Márcio
Oportuna e esclarecedora sua postagem... sobre o "Barro". No caso do antigo estádio do Palmeiras (BEC) o nosso Dêba, é lamentável que tudo tenha terminado assim. Ou seja, acabou na lama, no barro, no resto da calamidade. Existe ali depositado barro de todos os quatro cantos da cidade, dejetos que irão causar danos a saúde se algo não for feito. Sabemos e compreendemos a situação caótica que se encontra nossa querida Blumenau, mas já está completando dois meses da tragédia, e de concreto, só abertura de ruas, auxilio moradia, e pequenas reconstruções. Já está na hora de ações, coragem,sabemos que existem vários morros condenados – eu falo só aqui no Progresso é um caos, dragagens do Ribeirão necessárias, tive que esta semana conversar com um engenheiro que comandava a dragagem aqui na curva do cemitério, e faze-lo compreender de retirar o barro e entulho de onde é a calha do ribeirão e coloca-la onde as águas levaram as barrancas. Depois de muita conversa houve a compreensão e medidas serão tomadas. Porém percebi ao perguntar o que vão fazer com essa curva do cemitério que está desabando aos poucos? Ele me disse que nada tem a fazer, é cair e retirar o barro. Penso que esta não é a melhor solução, precisamos de grandes obras antes que seja tarde, e a catástrofe seja maior ainda.
Um abraço e obrigado pela citação de meu nome.....e viva o BEC

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