Coerente e oportuno o artigo abaixo, do arquiteto Alfredo Lindner Jr no Santa de hoje.
Sobre o estádio de Blumenau
A Copa de 2014 obriga ao planejamento dos espaços esportivos e oportuniza a busca de recursos orçamentários disponíveis para a recuperação da atividade esportiva no país. Sem repetir argumentos à ampliação do Estádio do Sesi, em Blumenau, limitar-me-ei a textos de um especialista em marketing e planejamento esportivo.
De Norte a Sul, faltam espaços planejados para o esporte, desde quadras em escolas até clubes, ginásios, estádios e centros de treinamento para atletas profissionais. “Isso acontece porque não há política de esportes no Brasil, o que pode ser comprovado pelo pequeno número de medalhas que conquistamos na última Olimpíada “, afirma Eduardo de Castro Mello, sócio de reconhecido escritório paulista de arquitetura esportiva.
Ele exemplifica: “Há centros de treinamento de natação no Sul do país em que a piscina aquecida fica a céu aberto, sujeitando os nadadores a todos os riscos de uma inversão térmica”. “O arquiteto também deve buscar exemplos em edificações semelhantes, saber como foram projetadas, quais os materiais especificados e por que, quais os cuidados com conforto ou segurança, por exemplo”, completa. De acordo com ele, “o desenvolvimento de uma edificação esportiva começa pela escolha do terreno, pois os custos com movimentação de terra ou rebaixamento do lençol freático podem inviabilizar um empreendimento. Também passa pela observação das recomendações feitas pelas entidades oficiais de cada esporte. A Fifa, por exemplo, define as normas específicas para a construção e reconstrução de estádios de futebol. Se o projeto não corresponder às regras das entidades, o equipamento não servirá para competições oficiais”, ele completa.
Além desses fatores, “um estádio deve estar previsto no plano diretor de uma cidade”. E ser multiuso. “A flexibilidade de uso é exigida tanto para uma simples quadra como no mais complexo ginásio ou estádio, para que possam acolher facilmente outros eventos, esportivos ou não”.
Tudo isto foi exaustivamente pensado na ampliação do Estádio do Sesi. Sem conflito com a reconstrução, cujas verbas já estão garantidas, nada mais impede o investimento necessário para viabilizar o que disse o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa: “O Complexo do Sesi precisa ser mais aproveitado pela sociedade”.
Como escreveu há poucos dias o colunista Valther Ostermann, “se for para pensar, vamos pensar grande: Blumenau tem que ter seu estádio de futebol e seu teatro ampliado. Queremos os dois. Por que um ou outro?”
ALFREDO LINDNER JR.|Arquiteto
terça-feira, 16 de junho de 2009
Estádio de Blumenau
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