quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Entrevista da Folha de Blumenau com Marcelo Lanzarin, novo secretário de saúde

‘Criaremos três unidades de prontoatendimento’

Blumenau terá três unidades de prontoatendimento nas maiores regiões da cidade nos próximos anos. Essa é uma das propostas do novo secretário de Saúde, Marcelo Lanzarin, para melhorar o sistema de Saúde da cidade, considerado o “calcanhar de Aquiles” da administração do prefeito João Paulo Kleinübing (D25).

Lanzarin revela que os projetos já foram encaminhados ao Ministério da Saúde e devem sair do papel ainda este ano. A intenção é erguer unidades na região Norte (em local a ser definido), Garcia e Velha. Cada unidade está orçada em R$ 1,5 milhão e deve servir para absorver a demanda de atendimentos de casos ambulatoriais, consequentemente, diminuir a demanda dentro do prontossocorro nos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel.

O secretário que tenha se filiado ao PP e afirma que ainda está conversando com o prefeito e membros da direção do partido a possibilidade de se filiar. Lanzarin também desconversa sobre a indicação para composição das diretorias e gerências da pasta. Para falar mais um pouco mais dos planos para fortalecer o sistema de Saúde municipal e das ações que pretende desenvolver no comando da secretaria, Lanzarin, concedeu à Folha a seguinte entrevista:

Folha de Blumenau: Como melhorar o sistema de saúde, considerado o “calcanhar de Aquiles” da administração?

Marcelo Lanzarin: Nos quatro anos de governo João Paulo, evoluímos bastante. Temos problemas sérios em algumas áreas que precisam ser atacados de forma objetiva. Por isso, vamos ampliar o número de equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), já que muitas áreas do Município ainda não foram contempladas. Vamos ampliar as unidades de saúde bucal. Intensificar ainda mais as ações em prevenção, nas mais diversas áreas. A idéia é implantar o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). A ideia é implantar um para trabalhar ainda mais na prevenção. Também vamos trabalhar pesado na informatização, integrando toda a rede, para ter o controle das consultas através de prontuários eletrônicos e uma série de outras vantagens que o sistema nos permite.

Folha: Quais as principais obras para os próximos anos?

Lanzarin: Nossa intenção é construir unidades de Prontoatendimento nas três maiores regiões da cidade. A primeira delas contemplará a região Norte, através de um convênio que já estamos firmando com o Ministério da Saúde, para o repasse dos recursos necessários. A idéia é criar essas unidades na região Norte, no Garcia e na Velha. Dessa forma, conseguiremos absorver as demandas mais simples para diminuir a procura nos prontossocorros dos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel, hoje com as estruturas de atendimento comprometidas por procedimentos que poderiam ser resolvidos nessas unidades.

Folha: De que forma serão criadas essas unidades?

Lanzarin: Na região Norte, temos a perspectiva de fazer uma estrutura totalmente nova, como o projeto voltado para o processo de prontoatendimento. Na região do Garcia, temos o Ambulatório Geral, que foi inaugurado no ano passado e tem uma estrutura física que comportará essa unidade de prontoatendimento. Na Velha, temos um terreno grande atrás do ambulatório, que permite a construção dessa unidade. O projeto está orçado em R$ 1,5 milhão para cada unidade.

Folha: Como ampliar o número de médicos, que reclamam que o salário não é dos melhores?

Lanzarin: O problema da contratação dos médicos é crônico, não vem só da última gestão, é antigo, e também precisa ser atacado de forma incisiva. Precisamos rever a possibilidade de fazer um reajuste no salário, embora entenda que o problema não é só a questão salarial. Precisamos fazer mudança, de certa forma, nos currículos das escolas médicas. Hoje, as escolas não preparam o acadêmico para atuar em Saúde pública. A idéia deles é montar o consultório, atender particular e convênio, e Saúde pública acaba não fazendo parte dos planos da maioria dos acadêmicos. Por isso, a dificuldade em contratar médicos. Existem regiões do País que pagam muito bem para médicos e mesmo assim têm dificuldade em contratar. É uma questão cultural.

Folha: E a divergência entre MP e Município em relação à carga horária de médicos e dentistas?

Lanzarin: Essa proposta do Município, incluída dentro do plano de carreira, teve todo o embasamento necessário, algo que foi discutido com o sindicato dos médicos do Estado, outras entidades médicas, para ver a viabilidade, sobre a legalidade disso o u não. Quanto ao Ministério Público questionar a inconstitucionalidade da lei é algo que o Departamento Jurídico da Prefeitura vai analisar e nos orientar. Até agora, oficialmente, a secretaria não notificada.

Folha: O Hospital Universitário será aberto este ano?

Lanzarin: Essa é uma questão que precisa ser discutida melhor com a Furb. Foram apresentadas várias propostas para o Hospital Universitário. Uma delas é de que se torne um hospital regional. Então, isso não depende da Secretaria Municipal de Saúde, é uma estrutura ligada à Furb especificamente, mas que pode contemplar a região como um todo.

Folha: O senhor filiou-se ao PP?

Lanzarin: Não. Essa questão ainda está sendo discutida. Tenho feito várias reuniões, conversado com o prefeito João Paulo, com o deputado Pizzolatti, o próprio secretário de Articulação Política, Edson Brunsfeld, mas não está definida.

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