sábado, 14 de fevereiro de 2009

Policiais são presos por suspeita de tortura em Blumenau

Crime teria ocorrido durante operação contra o tráfico de drogas

Quatro policiais militares foram presos preventivamente em Blumenau, nesta sexta-feira, suspeitos de crimes de tortura e incêndio. Jeferson Deleon Fávero, Cléo Machado, Ronaldo Luiz Lisbinski e Deiverson Fernandes da Rosa tiveram a prisão decretada pela juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Blumenau, Ana Karina Arruda Anzanello. Os suspeitos estão no 10º Batalhão da Polícia Militar à disposição da Justiça.

Na decisão, a juíza sustenta a necessidade de prisão preventiva para evitar a reiteração de tais condutas e preservar a instrução criminal. A tortura teria ocorrido nos dias 11 e 12 de dezembro. Da decisão da juíza, consta que os suspeitos fizeram, à época, uma operação policial de combate ao tráfico de drogas na rua Carlos Henrique Malmann, no bairro Velha Grande, que resultou na prisão em flagrante de três homens.

Os autos revelam indícios de que os policiais teriam torturado os presos para que confessassem a autoria do crime e dissessem onde escondiam a droga. Além disso, teriam invadido a casa de um morador, localizada na mesma rua, agredindo-o física e psicologicamente para que confessasse envolvimento com o tráfico. As lesões sofridas por ele estariam materializadas em laudo de exame de corpo delito.

Segundo os três homens presos na ocasião, além de chutes e pontapés, os policiais teriam borrifado spray de pimenta nos rostos deles e, em seguida, coberto-os com sacola plástica. Os advogados Luiz Antônio Pícolli e Ricardo Souto Wille entraram sexta-feira com pedido de liberdade provisória em favor dos três presos pelos policiais militares.

— Face aos crimes de tortura imputados aos quatro policiais, fica a dúvida sobre a licitude da prova. O Direito não permite que se prenda alguém em flagrante sobre prova ilegal — argumenta Pícolli.

Ainda segundo os autos, um dia depois da tortura, os policiais teriam voltado à rua e incendiado a casa de uma moradora, que não tinha relação com os fatos. Responsável pela Central de Polícia, o delegado Giancarlo Rossini só vai se pronunciar sobre o caso após concluir o inquérito. O relatório deve ficar pronto até a próxima sexta-feira.

Contraponto


O comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Blumenau, coronel César Luiz Dalri, informou que só quem poderia falar sobre a prisão preventiva de quatros policiais militares era o comandante da 7ª Região da Polícia Militar, coronel Antônio Manoel Machado, que não atendeu o celular.

A Polícia Militar afirmou que os quatro policiais detidos tem advogados, mas não soube informar nomes ou contatos.

Fonte: clicrbs

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