quarta-feira, 25 de março de 2009

Centro Comercial de Blumenau vai à leilão

O Edifício Centro Comercial de Blumenau, localizado ao lado da central regional dos Correios, no Vorstadt, deve ir a leilão público dentro de dois meses. O empreendimento está paralisado desde 1994 e tem processo de mais de 10 clientes que adquiriram salas comerciais e não receberam o ressarcimento dos valores pagos. A obra é de responsabilidade da RB Planejamento e Construções, que pretendia construir um shopping center no local. O processo indenizatório tramita na 2ª Vara Cível de Blumenau.

De acordo com os advogados de oito clientes da construtora, Omero Araújo de Freitas e José Zanella, a empresa não conseguiu cumprir o contrato e os clientes decidiram entrar em juízo exigindo o crédito pelos adiantamentos efetuados. “A construtora não finalizou a obra alegando falta de recursos. Tentamos negociações, mas não houve sucesso. Os compradores agora lutam pelo ressarcimento do que já pagaram”, explica Freitas.

Freitas elogiou a decisão da Justiça, recebida em janeiro, já que parte dos valores arrecadados no leilão devem ser repassados aos ex-clientes da construtora. “Se não houve negociação até o momento, o leilão é a maneira mais segura de recuperar os valores já efetuados pelos compradores”, acredita.

Já o advogado da RB Planejamento e Construções, Angelito Barbieri, diz ainda não ter sido notificado a respeito da decisão. “Não recebi em mãos essa decisão”, informa, prometendo recorrer assim que a empresa for notificada.

Barbieri explica que as obras foram paralisadas porque de 30% da área já comercializada, parte dos condôminos não quitaram os valores que lhes eram correspondentes. “O impasse foi gerado quando a empresa ficou sem dinheiro para concluir a obra porque não recebeu de outros condôminos”, esclarece.

Segundo o advogado, a empresa ainda aguarda recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que devem ser investidos na conclusão das obras. “Melhor que o leilão é uma reunião com todos os envolvidos para tentar negociar o caso, mas os clientes rejeitaram até agora e não conseguiram entrar em consenso”, argumenta Barbieri, explicando que o impasse dificulta outras soluções viáveis de negociação, como ressarcimento dos valores após a compra do empreendimento por outras empresas. Conforme Barbieri, a área foi orçada em R$ 28 milhões pela Caixa Econômica Federal.

“Já recebemos sugestões de concluir as instalações para receber o Centro Administrativo de Blumenau, o Fórum Municipal e até uma faculdade do Paraná. Mas até o momento, o impasse limita as ações”, resume.

Moradias populares

O arquiteto do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Furb, João Francisco Noll, sugere que o empreendimento seja utilizado para a construção de moradias populares. De acordo com Noll, a área de 25 mil metros quadrados é suficiente para o projeto, desde que sejam feitas algumas adaptações. “O prédio tem modulação que permite fazer apartamentos. Possui também uma parte central de circulação que pode servir de sala de estar coletiva. Além de tudo possui boa localização. É um desperdício uma área dessas inutilizadas”, afirma.

Fonte: Jornal Folha de Blumenau

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