sexta-feira, 27 de março de 2009

O desafio da disciplina

Projeto de lei levanta debate sobre a eficácia de se criar fichas disciplinares para estudantes

BLUMENAU - Já imaginou ter seus atos anotados em uma ficha de conduta disciplinar? Nela, os professores deverão assinalar o que você faz de certo ou de errado na sala de aula. Se os aspectos negativos se repetirem, os pais serão chamados pela escola. Essa espécie de boletim de comportamento está prevista em um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores e abre debate sobre como a escola deve impor limites aos estudantes.

– Os pais, quando assinarem o boletim, a cada três meses, vão assinar também a ficha disciplinar. Se os erros se acumularem, os pais e o aluno serão chamados para conversas educativas. Mas quero deixar claro que não é para punir, mas sim para disciplinar – explica o autor da ideia, o vereador Zeca Bombeiro (PDT), que preside a Comissão da Educação, Saúde, Esporte e Lazer da Câmara.

A diretora da Escola Municipal Machado de Assis, Solange Eckelberg Clebsch, afirma que a ficha disciplinar nunca deve se restringir apenas a problemas:

– É preciso que a avaliação da disciplina sirva para reflexão. Se este projeto for só para assinalar erros, não é válido. Isso tem de servir para acompanhamento das crianças.

Para o vereador, a ficha serviria também para aproximar os pais do diálogo com a escola. Para a psicóloga Daniela Karine Ramos, que atua na terapia cognitivo-comportamental com crianças e é professora da Furb nas áreas de Psicologia e Educação, o boletim disciplinar precisaria estar vinculado a medidas de prevenção e recuperação.

– O ideal é prevenir a indisciplina, com orientação para os jovens, como projetos para inseri-los em atividades artísticas. É preciso ter mais clareza sobre as consequências dos atos, sobre o que será feito para rever essa conduta – argumenta.

Daniela acredita que as escolas têm características heterogêneas e cada uma precisaria de estratégias diferentes ao lidar com a disciplina, considerando contextos econômicos, sociais e culturais.

Repórter Mariana Furlan, no Jornal de Santa Catarina

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