Campeonato conta com oito equipes e com o favoritismo total dos paulistas, mas expectativa é solidificar base para a criação de uma liga mais forte
O Nacional feminino de basquete começa neste sábado com apenas oito equipes, três estados representados e um favoritismo explícito dos clubes paulistas. Mas um número baixo de times e a polarização no estado mais rico no país não é novidade. Na 12ª edição da competição, São Paulo deve registrar sua nona conquista com uma das seis equipes que o representam, já que as "forasteiras" são justamente as estreantes Botafogo e Blumenau.
- O título permanece em São Paulo mesmo. Nós conseguimos manter uma equipe boa e algumas foram reforçadss, como Catanduva, que já era excelente. Americana repôs algumas jogadoras e Santo André subiu muito de produção. Hoje temos esses quatro times que vão disputar o título. Não desprezo os outros. O São Caetano, mais para frente, deve brigar. Já sobre São Bernardo, Botafogo e Blumenau não sabemos, mas precisam de algo mais, um patrocínio para contratar jogadoras – analisa o técnico Urubatan Paccini, que tenta levar o Ourinhos ao quinto título consecutivo, e não demonstra preocupação com o Blumenau ou o Botafogo, formado por jogadoras da categoria sub-17.
O cenário da competição, que será disputada em turno e returno e terá os quatro mais bem colocados nas semifinais, parece o mesmo da gestão de Gerasime Grego Bozikis, que ficou 12 anos no comando da CBB. Mas a atual administração da entidade, que tem Carlos Nunes como mandatário desde maio, garante que a situação já é bem diferente.
- Nós começamos praticamente do zero porque pela primeira vez um trabalho de gestão está sendo feito para o basquete feminino, que agora é tratado na CBB como o masculino. Antes, todos os envolvidos se sentiam descartados, mas hoje estamos unidos. E isso é só o começo porque a ideia é no ano que vem já termos a liga, ainda mais forte – disse Hortência Marcari, diretora de basquete feminino da entidade.
Sob o comando dela, a CBB passou a custear transporte e hospedagem das equipes, mas o maior ganho parece ser o peso do nome da Rainha do Basquete, que colhe os frutos da carreira vitoriosa que teve como jogadora. Ela tem certeza de que a modalidade terá no ano que vem uma liga, assim como ocorre no masculino. A visibilidade do NBB é objeto de desejo das meninas, que já são vistas com bons olhos.
- Nós resgatamos a credibilidade para o basquete feminino. Hoje eu vejo senadores e deputados e sei que temos de formar uma bancada lá para ajudar a buscar patrocínios, usar a lei de incentivo e sentimos a credibilidade - disse Hortência, orgulhosa.
Além de buscar apoio financeiro, o nome de Hortência é aposta para repatriar jogadoras e para seduzir atletas internacionais. Na atual edição, três voltaram ao Brasil: Kelly (Ourinhos), Cíntia Tuiú (Americana) e Fernanda Beling (Catanduva). Entre as estrangeiras, apenas as cubanas Lisdeive (Ourinhos) e Ariadna (Santo André) seguiram no país.
- É fácil trazer as meninas para o Brasil. Na verdade, elas nunca receberam esse tipo de proposta porque ninguém se preocupava em fazer esse trabalho. É uma novidade e elas se interessam. Com a liga do ano que vem vai ser mais fácil – espera Hortência, já contando com o novo campeonato.
A expectativa é que a 12ª edição do Nacional feche com chave de ouro uma fase negativa do basquete feminino brasileiro. Uma chave que abra uma nova Era para a modalidade que ainda corre para receber um tratamento igual ao dado aos homens, apesar de as meninas registrarem nos últimos tempos bem mais láureas em quadras internacionais do que os marmanjos.
Confira os jogos da primeira rodada:
Catanduva x Blumenau (às 11h); Americana x Botafogo (17h); São Bernardo x Ourinhos (17h); e Santo André x São Caetano, em Santo André (18h).
Fonte:
Globoesporte
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