sábado, 7 de fevereiro de 2009

Intervenção divina ou geológica?



Cruz que se formou em um morro do Garcia após tragédia de novembro alimenta blogs e correntes na internet.

BLUMENAU - De um sinal de Deus a ponto turístico. A cruz formada no morro no final da Rua Antônio Zendron, Bairro Valparaíso, atrai curiosos e motiva discussões entre blumenauenses e turistas desde a tragédia de novembro. O sinal apareceu após o deslizamento de terra que deixou em pé somente árvores e arbustos em duas linhas cruzadas

O fato chamou a atenção das redes nacionais de televisão e foi destaque em sites nacionais e internacionais em novembro. Depois, virou mania em blogs e correntes na internet. Qualquer busca é finalizada com mais de 100 respostas. Os comentários vão desde avisos divinos sobre o fim dos tempos até piadas sobre extraterrestres. A Igreja Católica vê o fato como algo positivo.

– Com certeza é um sinal de Deus, de que ele está perto de nós neste momento. É um sinal de esperança para recomeçarmos, para reconstruirmos a cidade – acredita o padre João Bachmann, pároco da Catedral São Paulo Apóstolo.

Ele compara a situação à passagem bíblica de Gênesis. O texto diz que uma pomba traz um galho verde para anunciar a Noé o fim do dilúvio.

– Assim também Deus, através da natureza, deixou uma cruz verde para anunciar o começo de um tempo bom – explica o religioso.

A curiosidade sobre a cruz extrapola o mundo virtual. Aos finais de semana, conta a moradora do Zendron Tânia Aparecida Raitz, 41 anos, o local se transforma em ponto turístico. As crianças perdem espaço para brincadeiras na rua com o movimento dos carros.

– Quando se passa por uma tragédia como a de novembro, as pessoas precisam de um sinal de conforto, um sinal superior em que se apegar para tentar a superação – diz o professor de Geologia Ambiental da Furb, Juarês Aumond.

O formato de cruz, para ele, é coincidência. Mas as árvores terem ficado em pé tem explicação. Um deslizamento procura o caminho mais curto para chegar embaixo, mas quando encontra um obstáculo é obrigado a mudar a direção. O barro que desceu do morro desviou das árvores que conseguiram sustentar a terra e preservar o local.

Fonte: Daniela Pereira, no Jornal de Santa Catarina
Foto: Rafaela Martins

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