segunda-feira, 16 de março de 2009

FGTS: R$ 1 bilhão contra a crise

Liberação do FGTS despeja dinheiro em 14 municípios, amenizando os efeitos da turbulência econômica

BLUMENAU - Enquanto a maioria dos municípios amarga perdas com a crise econômica mundial, 14 cidades do Vale do Itajaí passaram os três primeiros meses de 2009 blindadas contra os reflexos financeiros internacionais. Tudo resultado da liberação de mais de R$ 1 bilhão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este dinheiro beneficiou diretamente 305 mil trabalhadores, muitos afetados diretamente pelas chuvas de novembro de 2008. Mas, indiretamente, ajudou a proteger todos os 980 mil habitantes destes municípios.

– Este dinheiro acaba sendo injetado em todos os setores. É um efeito dominó. O consumo no comércio, principalmente para a reconstrução, acaba se refletindo nas empresas que precisam produzir e são obrigadas a manter funcionários – analisa o economista e professor universitário, Wagner Alfredo D’Ávila.

Só para se ter uma ideia do tamanho do impacto econômico provocado por este R$ 1 bilhão, o valor corresponde a quase três anos de arrecadação do município de Blumenau, o maior da região. Na região de Timbó, por exemplo, o Natal e o Dia das Mães representam, juntos, um adicional de ganhos no comércio de R$ 300 mil.

– Imagina o que este dinheiro a mais, vindo do FGTS, representou para nós – vibra o presidente da Associação Empresarial do Médio Vale, Mário Fávero.

E este bom momento para o Vale pôde ser sentido em vários setores: comércio, serviços, indústria e turismo. Mas, o economista do Dieese, José Álvaro, alerta que esta boa fase, produto do FGTS, termina um dia:

– O Fundo é uma imunidade passageira. Ajudou o Vale a atravessar os meses mais difíceis da crise. A crise é uma realidade e, o Brasil, como um todo, não está blindado – avalia.

A expectativa de economistas e empresários é de que a fase mais crítica da crise econômica mundial já passou. Até o final do ano, a expectativa é de que a economia do Vale reverta a tendência de desaceleração.

Giovana Pietrzacka, para o Jornal de Santa Catarina

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