Câmara de Blumenau vai pagar até 52% mais por micros

Computadores licitados estão acima do preço de mercado e possuem recursos além do necessário

BLUMENAU - Os microcomputadores e notebooks que serão comprados pela Câmara de Vereadores custarão mais caro do que no mercado de informática local. O Santa consultou preços de equipamentos com as mesmas especificações exigidas no edital de licitação em três lojas da região central da cidade. O micro que os vereadores procuram custará R$ 3.350. Em uma das lojas pesquisadas, o mesmo produto sai por R$ 2.198 uma diferença de 52%. O notebook vai custar R$ 5.820, mas pode ser encontrado por R$ 4,9 mil 19% menos.

A diferença entre o que o poder público vai pagar e os preços de mercado é justificada pela pregoeira da Câmara, Dulceneia de Souza Roepke. Segundo ela, apenas três empresas entregaram propostas:

– Muitos que fornecem computadores a compradores particulares não participam de licitação porque não estão em dia com as obrigações fiscais. E também tem a questão de garantia de serviços estendida e licença dos produtos.

Não é apenas a discrepância de preços que chama a atenção. O perfil das máquinas que servirão aos vereadores e servidores da Câmara também encarece o orçamento. No notebook, se a tela do aparelho fosse de 14 polegadas – tamanho padrão –, em vez de 13, como previsto no edital, os vereadores economizariam R$ 1 mil por equipamento.

– Eles estão comprando uma supermáquina. A tela de 13 polegadas encarece o produto. Digamos que seria desnecessário – diz o técnico em informática Denis André Passold.

Com os novos computadores, os vereadores terão recursos de sobra para rodar programas pesados, como Autocad, ou ferramentas para edição de vídeo. De acordo com o agente legislativo na área de informática, Davi Floriani Coelho, os programas mais usados pelos vereadores são Word (editor de textos), Excel (para planilhas), Corel (edição gráfica), Photoshop (edição de fotos) e um software chamado Legislador, para processos internos.

Questionado sobre a escolha da tela de 13 polegadas, o vereador Fábio Fiedler (DEM) afirma que o tamanho não determina o valor do equipamento, mas o conjunto da configuração. Segundo Fiedler, a intenção dos vereadores é manter a estrutura de informática atualizada:

– Nenhuma empresa faz um investimento desse porte para comprar algo que vai se tornar obsoleto em pouco tempo.

– Queremos máquinas para ter por cinco ou seis anos – reforça o presidente Jens Mantau (PSDB).

Além dos computadores, a Casa está renovando o sistema de informática. O custo total da operação é de R$ 305,5 mil.

Repórter Julia Borba, no Jornal de Santa Catarina.