sábado, 14 de março de 2009

Volta ao mundo da cultura

Projetos da Secretaria Especial de Articulação Internacional vão ampliar o intercâmbio entre Santa Catarina e outros países

A instalação de uma filial do balé Bolshoi, em Joinville, associou o nome de Santa Catarina a uma grife cultural estrangeira. O governo estadual quer repetir a dose: uma das funções da Secretaria Especial de Articulação Internacional é firmar convênios, contratos e intercâmbios com outros países.

Entre as ações concretas da secretaria na área da cultura estão o Mazowsze (escola de dança folclórica da Polônia), que começa a funcionar no próximo ano em Criciúma; o Festival Internacional de Mágica, marcado para outubro em Florianópolis, com mágicos de várias partes do globo, e a criação da Santa Catarina Film Comission. Essa última ação pretende trazer produções estrangeiras para o Estado.

No departamento dos projetos que ainda não têm data para abrir as portas está a filial do Conservatório de Música Erudita Tchaikovsky de Moscou, em Blumenau. Já foi assinado o convênio com o conservatório russo, mas os professores só virão a Blumenau depois que for construída a sede, um prédio de 12 andares anexo ao Teatro Carlos Gomes. A obra ainda depende de aprovação da comunidade e de recursos.

Segundo o consultor de cultura internacional da secretaria, Edson Machado Busch, o governo do Estado cumpriu a sua parte.

– A nossa missão foi abrir as portas da matriz russa do conservatório para Blumenau. Mas estamos acompanhando o projeto e cobrando resultados – explica Edson.

O secretário especial de articulação internacional, Vinícius Lummertz, afirma que acordos internacionais são, por natureza, processos de longa maturação.

– Não gosto de usar a palavra demorados, porque parece que há atrasos. As ações da secretaria requerem persistência e tempo. O foco principal da pasta é atrair investimentos de empresas privadas. As ações da secretaria também requerem um quadro de 26 funcionários (o único encarregado da cultura é Edson Machado Bush) e um orçamento anual de R$ 1,1 milhão. Para Lummertz, é um número baixo de assessores.

Em 2010, começa a funcionar a menina dos olhos da Secretaria Especial de Articulação Internacional, a filial catarinense da escola de dança folclórica da Polônia, Mazowsze. A sede, uma escola da rede pública cedida pelo governo estadual, está sendo reformada para receber os professores poloneses. Carlos Ferreira, diretor de eventos da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), informa que a escola não se limitará ao ensino da dança polonesa. Será também uma escola de canto e música. A estrutura lembra bastante a Escola de Teatro Bolshoi, em Joinville. Os alunos passarão o dia inteiro na escola e costureiras catarinenses serão enviadas à Polônia para aprender a confeccionar os trajes típicos. Serão selecionadas 60 crianças de nove a 12 anos para integrar a primeira turma da escola.

O projeto é orçado em R$ 1,5 milhão e conta com recursos dos governos municipal, estadual e federal. A manutenção da escola custará R$ 230 mil mensais, dinheiro que a FCC pretende captar junto ao empresariado, com leis de incentivo fiscal.

Repórter Rodrigo Schwarz (Joinville) para o ClicRBS

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