Trabalhadores da blumenauense Cristais Hering aguardam definições sobre o funcionamento da empresa. A reunião com um possível investidor de São Paulo para a empresa, nesta segunda-feira (9), não teve resultados. A diretoria da companhia apresentou o balanço da empresa para o possível investidor, que prometeu analisar e definir até sexta-feira (13). Em assembléia realizada nesta terça-feira (10), trabalhadores decidiram aguardar até o final da semana para tomar decisões.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias dos Vidros, Cristais, Papel e Papelão (Sindicrip), Alfonso Passig, diz que não é possível sequer realizar a parte administrativa das demissões, já que a empresa está sem energia elétrica. “Dos 180 funcionários, cerca de 40 já pediram demissão”, informa.
“Alguns trabalhadores já arrumaram outro emprego, mas não podem ser contratados enquanto não for dado baixa na carteira de trabalho. Isso dificulta bastante a situação dos trabalhadores”, afirma Passig, acrescentando que, o presidente do Sindicato Patronal, Evaldino Cavalli, pediu que os trabalhadores aguardem até o final da semana para tomarem decisões.
Passig garante que, se os funcionários não tiverem respostas sobre o futuro da empresa e a promessa de fechamento se concretizar, vão recorrer à Justiça para cobrar o pagamento dos salários atrasados desde dezembro e assinatura das rescisões.
O administrador da empresa, Alvino Cavaco, estima que a reestruturação da empresa para voltar a produzir aconteça na próxima semana.
Segundo ele, a folha de pagamento atual é de R$ 230 mil e para viabilizar a retomada das atividades, o valor deve ser reduzido a R$ 130 mil, sinalizando possíveis demissões, caso a empresa volte a operar.
“Estamos aguardando retorno do possível investidor para a empresa no final desta semana, para darmos respostas concretas aos funcionários”, informa Cavaco.
Cerca de 70 trabalhadores participaram da assembleia, além de representantes da Associação dos Trabalhadores da Empresa Cristais Hering (Atech) e da diretoria da empresa.
Produção
Depois de 59 anos de atuação no mercado, a produção da Cristais Hering foi interrompida no dia 3 de março, quando os três fornos foram desativados - o último cristal foi moldado na fábrica há três semanas. A empresa submeteu-se a dívida estimada em R$ 300 milhões, com fornecedores, funcionários e o fisco e parou de produzir. A medida foi tomada para evitar a decretação de falência da empresa. Para o Sindicrip, esta situação já era esperada.
Há 10 anos, o controle da empresa está nas mãos dos funcionários, que fundaram a Associação dos Trabalhadores da Empresa Cristais Hering (Atech). Com isso, a companhia passou a funcionar como uma cooperativa.
A empresa produzia 6 mil peças diariamente, entre copos, castiçais, taças, bombonieres, saladeiras, jarras, garrafas e vasos.
Fonte: Jornal Folha de Blumenau
quarta-feira, 11 de março de 2009
Cristais Hering segue sem definição
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