Delegacia de Blumenau recebe pistolas de choque

Armas não-letais já são usadas em Rio do Sul e Ituporanga

Armas não-letais usadas em 34 países chegam ao Vale do Itajaí com o objetivo de ajudar a polícia no combate à criminalidade. A Delegacia Regional de Blumenau recebe o equipamento na quinta-feira. Rio do Sul e Ituporanga já trabalham com pistolas automáticas, conhecidas como Taser, que disparam dardos com descarga elétrica e efeito paralisante. O equipamento foi repassado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio do Fundo de Melhorias da Polícia Civil. Todas as 30 delegacias regionais receberão a arma.

— A pistola é eficiente e comum no mundo inteiro. Será usada principalmente em situações de contenção, quando não é necessário o uso da arma de fogo — explica o delegado da Comarca de Rio do Sul, Aldo Pinheiro D'Ávila.

Dois policiais do Alto Vale foram treinados pela Academia da Polícia Civil de Santa Catarina (Acadepol) para usar o equipamento. A pistola funciona à pilha e é capaz de imobilizar o alvo por 30 segundos. Ao apertar o gatilho, a arma lança dois dardos que penetram na roupa do suspeito e aderem ao corpo sem colocar em risco a vida dele, garante a Polícia Civil.

— A arma é recomendada só para casos extremos, e não em uso diário — alerta o delegado geral da Polícia Civil do Estado, Maurício Eskudlark.

Segundo ele, a arma está dentro do conceito de polícia-cidadã. O uso dela é recomendado para casos em que a pessoa está drogada ou alcoolizada, com faca em briga de família por exemplo, oferecendo resistência.

— A arma foi desenvolvida nos Estados Unidos e não representa nenhum risco para a saúde, inclusive para pessoas que usam marcapasso. Quando a pessoa é atingida, incapacita o cidadão porque há uma interferência nos neurônios, facilitando a detenção — destaca o instrutor de tiro da Acadepol, Valdir Nizer.

— Penso que vai diminuir o número de mortes com o argumento 'de que a polícia atirou para se defender'. A própria polícia não tem muitas alternativas. Entre matar e imobilizar, vamos tentar imobilizar — avalia Romeu Falconi, professor aposentado de Direito da Univali.

Fonte: Magali Moser, no clicRBS

Como funciona
A arma não-letal paralisa a pessoa por meio de uma descarga elétrica que bloqueia neurotransmissores e músculos. O objetivo do equipamento é criar um tempo suficiente para que o policial possa algemar o criminoso, levá-lo preso ou solicitar apoio, caso necessite.

A vítima continua consciente depois do tiro, mas não consegue se mexer, ao menos, por 30 segundos, devido à emissão de ondas eletromagnéticas que interrompem a comunicação do cérebro com o corpo.

A arma dispara dois dardos com fios de 7,5 metros de comprimento

Fonte: Polícia Civil de Santa Catarina