Mais de 500 famílias seguem desabrigadas em Blumenau

24 escolas usadas como abrigos tiveram de adiar início das aulas.
R$ 15 milhões doados às vítimas serão usados para compra de terrenos.

Quase três meses depois das enxurradas que provocaram 135 mortos em Santa Catarina, milhares de pessoas ainda não conseguiram voltar para casa.

A casa da auxiliar de cozinha Adair de Souza foi condenada. “A Defesa Civil esteve aqui, já botou um cartaz dizendo que nós não podíamos mais vir”, afirmou.

Sem ter para onde ir, ela, o marido e os filhos vivem em uma escola e dividem uma sala de aula com outra família desabrigada. “Aqui está bom, eles ajudam, tem comida, tem roupa. Mas nunca é como estar na casa da gente”, disse Adair.

Quase três meses depois da tragédia, é essa a situação de 530 famílias em Blumenau (SC). A grande maioria perdeu seus lares nos desmoronamentos de terra.

Dos 26 abrigos da cidade, 24 são escolas públicas onde estão matriculados 17 mil alunos. O desafio de Blumenau é conseguir um novo teto para as famílias desabrigadas e fazer com que salas de aula que viraram quartos voltem a ser salas de aula.

Com as escolas ocupadas, as aulas que deveriam começar nesta terça-feira (10) foram adiadas para daqui a duas semanas. Até lá, a prefeitura corre contra o tempo para entregar moradias provisórias.

Foram alugados 16 galpões, que foram divididos em módulos. Cada local vai abrigar uma família. A prefeitura estima que os desabrigados permaneçam pelo menos um ano nas moradias provisórias.

Outras 4,5 mil famílias vivem de favor com parentes e também esperam por uma casa nova. Um investimento bem alto.

“Hoje seria em torno de R$ 250 milhões, que é praticamente todo o orçamento da cidade durante um ano. Isso dá uma demonstração do tamanho do desafio que a gente tem e da ajuda que nós precisamos”, afirmou o prefeito José Paulo Kleinubing.

O primeiro passo - a compra dos terrenos - deve ser dado nesta semana com a liberação de R$ 15 milhões pela Defesa Civil. O dinheiro foi doado por brasileiros solidários.

Fonte: Site G1, com informações do Jornal Nacional